Dois homens se encontram em uma esquina do mundo e começam a conversar.
Sem nome 1: Bom dia.
Sem nome 2: Bom dia.
Sem nome 1: Como o sr. se chama?
Sem nome 2: Eu não tenho nome.
Sem nome 1: Que coincidência. Eu também não tenho nome.
(Feliz) Mas eu tenho senha.
Sem nome 2: Eu nem senha tenho.
Sem nome 1: Então não posso conversar com o senhor.
Não falo com quem não tem senha. Todos possuem uma senha. Ou várias.
Sem nome 2: Não tenho culpa. Por favor, converse comigo.
(Sem nome 1 vai embora sem se despedir enquanto Sem nome 2 olha para ele desolado).
sábado, 15 de agosto de 2009
domingo, 12 de julho de 2009
OS SENADORES
(Dois senadores conversando em uma sala fechada)
Senador 1: Você tem certeza que não há nenhuma câmera nos filmando?
Senador 2: Absoluta.
Senador 1: Quanto eu vou ganhar nessa transação?
Senador 2: 500 mil.
Senador 1: É pouco.
Senador 2: Você está esquecendo dos outros esquemas?
Senador 1: Como é bom ser senador neste País. É o melhor emprego do mundo.
Senador 2: Precisamos começar a campanha.
Senador 1: Ganharemos como sempre. A maioria é trouxa. Cai no nosso papo que nem patinho.
Senador 2: Fala baixo, senador.
Senador 1: Você tem certeza que não tem câmera mesmo?
Senador 2: Absoluta.
Senador 1: Estamos no paraíso.
Senador 2: No paraíso.
(um olha para o outro com cara de safado e as luzes se apagam).
Senador 1: Você tem certeza que não há nenhuma câmera nos filmando?
Senador 2: Absoluta.
Senador 1: Quanto eu vou ganhar nessa transação?
Senador 2: 500 mil.
Senador 1: É pouco.
Senador 2: Você está esquecendo dos outros esquemas?
Senador 1: Como é bom ser senador neste País. É o melhor emprego do mundo.
Senador 2: Precisamos começar a campanha.
Senador 1: Ganharemos como sempre. A maioria é trouxa. Cai no nosso papo que nem patinho.
Senador 2: Fala baixo, senador.
Senador 1: Você tem certeza que não tem câmera mesmo?
Senador 2: Absoluta.
Senador 1: Estamos no paraíso.
Senador 2: No paraíso.
(um olha para o outro com cara de safado e as luzes se apagam).
sábado, 11 de julho de 2009
O HOMEM CIRCULAR
(Dois homens estão em uma praça pública. Um deles não para de andar em círculos. O outro está parado).
O Homem parado: Por que você só anda em círculo?
O Homem circular (para um pouco para responder e volta a circular): Todos andamos em círculo. A maioria finge ter novas ideias, mas tem uma vida monótona, circular. Eu pelo menos assumo com o corpo o que praticamente toda a humanidade é por dentro.
O Homem parado: Não dá tontura?
O Homem circular: Já me acostumei. Desde pequeno, levo a vida em círculos.
Você também.
O Homem parado: Eu não. (De repente, o homem parado começa a andar em círculos, quase cai, aos poucos vai recuperando o equilíbrio e continua a circular. Os dois andam em círculo): Sabe que você tem razão.
O Homem parado: Por que você só anda em círculo?
O Homem circular (para um pouco para responder e volta a circular): Todos andamos em círculo. A maioria finge ter novas ideias, mas tem uma vida monótona, circular. Eu pelo menos assumo com o corpo o que praticamente toda a humanidade é por dentro.
O Homem parado: Não dá tontura?
O Homem circular: Já me acostumei. Desde pequeno, levo a vida em círculos.
Você também.
O Homem parado: Eu não. (De repente, o homem parado começa a andar em círculos, quase cai, aos poucos vai recuperando o equilíbrio e continua a circular. Os dois andam em círculo): Sabe que você tem razão.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
O HOMEM CONTRA AS CUECAS
(Um homem chega a uma loja de roupa masculinas e vai logo perguntando para a balconista)
O Homem: Você vende cuecas?
A balconista: É claro. Tenho de várias marcas. Qual o sr. prefere?
O Homem: Nenhuma.
A balconista: (Dá um sorriso constrangido): Eu não estou entendendo, sr.
O Homem: Você não deveria vender cuecas. Sou empresário, político, e nunca precisei de cuecas. A cueca não faz o homem. Muito pelo contrário. É uma peça que deveria ser abolida do vestuário masculino. Tenho filhos, sempre me dei com as mulheres, e nunca precisei de cuecas. Vou escrever um livro, que é uma verdadeira teoria sobre o perigo das cuecas.
A balconista (olha o cliente de olhos vidrados, sem entender nada).
(O homem continua falando sem parar, em forma de discurso):
O Homem: Todos os homens deveriam se unir e queimar todas as cuecas do mundo.
Só quando as cuecas forem abolidas, é que o homem se sentirá livre para viver sem nada que o limite. (Vai embora olhando para a balconista e para a plateia com a máxima arrogância).
O Homem: Você vende cuecas?
A balconista: É claro. Tenho de várias marcas. Qual o sr. prefere?
O Homem: Nenhuma.
A balconista: (Dá um sorriso constrangido): Eu não estou entendendo, sr.
O Homem: Você não deveria vender cuecas. Sou empresário, político, e nunca precisei de cuecas. A cueca não faz o homem. Muito pelo contrário. É uma peça que deveria ser abolida do vestuário masculino. Tenho filhos, sempre me dei com as mulheres, e nunca precisei de cuecas. Vou escrever um livro, que é uma verdadeira teoria sobre o perigo das cuecas.
A balconista (olha o cliente de olhos vidrados, sem entender nada).
(O homem continua falando sem parar, em forma de discurso):
O Homem: Todos os homens deveriam se unir e queimar todas as cuecas do mundo.
Só quando as cuecas forem abolidas, é que o homem se sentirá livre para viver sem nada que o limite. (Vai embora olhando para a balconista e para a plateia com a máxima arrogância).
quinta-feira, 9 de julho de 2009
O MUQUIRANA
(O muquirana tem mais de 300 casas de aluguel e chora miséria. Ele chega a um boteco para negociar salgadinhos com o dono do bar).
O Muquirana: Quantas coxinhas sobraram hoje?
O dono do bar: Cinco coxinhas e dois croquetes.
O Muquirana: Vamos então negociar.
O dono do bar: 2 vezes sete dá 14 reais. Está bom treze?
O Muquirana: Essas coxinhas estão tão enrugadinhas.
O dono do bar: 12.
O Muquirana: É o meu almoço.
O dono do bar: 10.
O Muquirana (tira uns trocados amassados do bolso e dá a ele).
O dono do bar: Só nove. Tudo bem.
(O Muquirana vai embora carregando os salgadinhos abraçando-os com cuidado para não se visto).
O dono: Esse é o miserável dos miseráveis. Tem mais de 300 casas de aluguel e come esses salgadinhos que ninguém quis. Pobreza...de espírito.
O Muquirana: Quantas coxinhas sobraram hoje?
O dono do bar: Cinco coxinhas e dois croquetes.
O Muquirana: Vamos então negociar.
O dono do bar: 2 vezes sete dá 14 reais. Está bom treze?
O Muquirana: Essas coxinhas estão tão enrugadinhas.
O dono do bar: 12.
O Muquirana: É o meu almoço.
O dono do bar: 10.
O Muquirana (tira uns trocados amassados do bolso e dá a ele).
O dono do bar: Só nove. Tudo bem.
(O Muquirana vai embora carregando os salgadinhos abraçando-os com cuidado para não se visto).
O dono: Esse é o miserável dos miseráveis. Tem mais de 300 casas de aluguel e come esses salgadinhos que ninguém quis. Pobreza...de espírito.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
O PRESIDENTE
(O chefe de gabinete chega para o presidente de LISARB e pergunta a ele)
Chefe de gabinete: Qual é a sua próxima decisão, presidente?
Presidente: Pode agendar uma viagem para o Japão.
Chefe de gabinete: O sr. já viajou para o Japão.
Presidente: Então agenda uma viagem para o Afeganistão.
Chefe de gabinete: Lá é muito perigoso, presidente. O país está em guerra permanente.
Presidente: Então agenda para qualquer país. Governar é muito chato, dá no saco.
Chefe de gabinete: O sr. é que manda, presidente.
Presidente: Você ainda não viu nada.
(O presidente olha para o chefe de gabinete com ar de superioridade).
Chefe de gabinete: Qual é a sua próxima decisão, presidente?
Presidente: Pode agendar uma viagem para o Japão.
Chefe de gabinete: O sr. já viajou para o Japão.
Presidente: Então agenda uma viagem para o Afeganistão.
Chefe de gabinete: Lá é muito perigoso, presidente. O país está em guerra permanente.
Presidente: Então agenda para qualquer país. Governar é muito chato, dá no saco.
Chefe de gabinete: O sr. é que manda, presidente.
Presidente: Você ainda não viu nada.
(O presidente olha para o chefe de gabinete com ar de superioridade).
segunda-feira, 6 de julho de 2009
OS ROTULADOS
(No palco, estão cinco pessoas, cada uma com um rótulo grande no peito: Gordo, magro, doido, alto, baixo. Estão andando de um lado para outro em círculo. De repente, chega um homem sem rótulo, que olha para os rotulados com assombro, examinando cada um minuciosamente. Os rotulados param de repente)
O Gordo (para o homem): Qual é o seu rótulo?
A magra: Você não pode vir aqui sem rótulo.
O Homem(sem entender nada); Eu não tenho rótulo.
O Baixo: Que horror! Ele não tem rótulo.
O Doido: Que doidura. Ele não tem rótulo. Que doidura.
O Homem: Eu não preciso de rótulo.
O Alto: Aí é que você se engana. Sem rótulo você não sobrevive aqui. E nos deixe em paz.
(Os cinco gritam para o homem, que vai embora apavorado): Fora! Fora! Fora! Homem sem rótulo não vale nada. Fora! Fora!Fora!
(Voltam a caminhar em círculos exibindos os rótulos).
O Gordo (para o homem): Qual é o seu rótulo?
A magra: Você não pode vir aqui sem rótulo.
O Homem(sem entender nada); Eu não tenho rótulo.
O Baixo: Que horror! Ele não tem rótulo.
O Doido: Que doidura. Ele não tem rótulo. Que doidura.
O Homem: Eu não preciso de rótulo.
O Alto: Aí é que você se engana. Sem rótulo você não sobrevive aqui. E nos deixe em paz.
(Os cinco gritam para o homem, que vai embora apavorado): Fora! Fora! Fora! Homem sem rótulo não vale nada. Fora! Fora!Fora!
(Voltam a caminhar em círculos exibindos os rótulos).
domingo, 5 de julho de 2009
OS CEGOS
(Um cego está sentado em um banco de jardim quando chega um homem de chapéu perto dele).
O Homem de Chapéu: Posso sentar aqui do seu lado?
O Cego: Fique à vontade.
O Homem de Chapéu: Você está acompanhando a crise no Senado?
O Cego: Eu sou cego.
O Homem de Chapéu: Não é uma pouca vergonha tanto ato secreto, tanto dinheiro sendo usado em contas escondidas?
O Cego: Eu sou cego.
O Homem de Chapéu: O que você acha do atual presidente da república?
O Cego: Eu sou cego. E você?
O Homem de Chapéu: Eu gosto dele. Você pode até dizer que eu também sou cego, mas depois que ele entrou, não preciso trabalhar mais, só faço um filho por ano e a minha renda vai aumentando cada vez mais.
O Cego: Você é cego.
(Ficam parados. O homem de chapéu olha para o cego surpreso com o que acabou de ouvir).
O Homem de Chapéu: Posso sentar aqui do seu lado?
O Cego: Fique à vontade.
O Homem de Chapéu: Você está acompanhando a crise no Senado?
O Cego: Eu sou cego.
O Homem de Chapéu: Não é uma pouca vergonha tanto ato secreto, tanto dinheiro sendo usado em contas escondidas?
O Cego: Eu sou cego.
O Homem de Chapéu: O que você acha do atual presidente da república?
O Cego: Eu sou cego. E você?
O Homem de Chapéu: Eu gosto dele. Você pode até dizer que eu também sou cego, mas depois que ele entrou, não preciso trabalhar mais, só faço um filho por ano e a minha renda vai aumentando cada vez mais.
O Cego: Você é cego.
(Ficam parados. O homem de chapéu olha para o cego surpreso com o que acabou de ouvir).
sábado, 4 de julho de 2009
O ATEU
(Na primeira cena, o ateu chega a um lugar dominado por uma luz azul intensa. Um homem vestido de branco o recebe)
O Homem de branco: Pode entrar.
O Ateu: Onde eu estou?
O Homem de Branco: No céu.
O Ateu: Não pode ser. Eu não acredito em céu. Eu sempre fui ateu. Não será agora depois de morto que mudarei de opinião.
O Homem de branco( irritado): Não quer acreditar, não acredite. Então vá para o inferno.
(A luz azul é substituída por uma luz vermelha. Um homem vestido de vermelho vem receber o ateu).
O Ateu: Onde eu estou?
O Homem de Vermelho: Seja bem-vindo ao inferno.
O Ateu: Eu sou ateu. Não acredito nessa baboseira.
O Homem de Vermelho: Então desapareça daqui já.
(A luz vermelha se apaga e uma fumaça branca surge, na qual desaparece o ateu como se fosse uma nuvem de poeira).
O Homem de branco: Pode entrar.
O Ateu: Onde eu estou?
O Homem de Branco: No céu.
O Ateu: Não pode ser. Eu não acredito em céu. Eu sempre fui ateu. Não será agora depois de morto que mudarei de opinião.
O Homem de branco( irritado): Não quer acreditar, não acredite. Então vá para o inferno.
(A luz azul é substituída por uma luz vermelha. Um homem vestido de vermelho vem receber o ateu).
O Ateu: Onde eu estou?
O Homem de Vermelho: Seja bem-vindo ao inferno.
O Ateu: Eu sou ateu. Não acredito nessa baboseira.
O Homem de Vermelho: Então desapareça daqui já.
(A luz vermelha se apaga e uma fumaça branca surge, na qual desaparece o ateu como se fosse uma nuvem de poeira).
segunda-feira, 29 de junho de 2009
O MONSTRO
(Aparece uma figura monstruosa para uma mulher que está caminhando sozinha por uma rua deserta à noite. A mulher tenta escapar, mas fica imóvel; de tão nervosa, não consegue comandar mais as pernas).
O Monstro (aproxima-se da mulher, que aparenta ter uns trinta anos): Calma, senhora. Só quero lhe perguntar uma coisa: a senhora não viu por essas redondezas um monstro?
A Mulher(ainda assustada): Não, quer dizer, vi. Não é o senhor por acaso?
O Monstro: Não, eu posso ter cara de monstro, mas não sou um monstro. Os monstros geralmente têm um rosto harmônico, expressão suave, são persuasivos, falam com fluência, e aí é que levam as pessoas a pensar que são seres adoráveis e cometem barbaridades.
A Mulher: Então o senhor não é o monstro?
O Monstro: Não. Há monstros na política, nas empresas que vendem produtos com defeito, há muitos monstros por aí, tome cuidado.
A Mulher: Até que o sr. é simpático. E obrigado pelo aviso.
O Monstro: Prazer em conhecê-la.
A Mulher: O prazer foi meu.
(O Monstro dá a mão à mulher. Despendem-se, o monstro sai de cena e a mulher, ainda perturbada, fica pensando no que ele disse).
O Monstro (aproxima-se da mulher, que aparenta ter uns trinta anos): Calma, senhora. Só quero lhe perguntar uma coisa: a senhora não viu por essas redondezas um monstro?
A Mulher(ainda assustada): Não, quer dizer, vi. Não é o senhor por acaso?
O Monstro: Não, eu posso ter cara de monstro, mas não sou um monstro. Os monstros geralmente têm um rosto harmônico, expressão suave, são persuasivos, falam com fluência, e aí é que levam as pessoas a pensar que são seres adoráveis e cometem barbaridades.
A Mulher: Então o senhor não é o monstro?
O Monstro: Não. Há monstros na política, nas empresas que vendem produtos com defeito, há muitos monstros por aí, tome cuidado.
A Mulher: Até que o sr. é simpático. E obrigado pelo aviso.
O Monstro: Prazer em conhecê-la.
A Mulher: O prazer foi meu.
(O Monstro dá a mão à mulher. Despendem-se, o monstro sai de cena e a mulher, ainda perturbada, fica pensando no que ele disse).
domingo, 28 de junho de 2009
O CARTEIRO
(O carteiro chega à casa de um homem de mais de 80 anos, aperta a campainha, o homema aparece).
O Carteiro (carregando um carrinho cheio de cartas): Estas cartas são para o senhor.
O Homem: Não é possível. Eu não recebo cartas há mais de dez anos. Só recebo contas de luz, telefone e água. Deve ser algum engano.
O Carteiro: O seu nome não é Aurélio Nicanor de Sousa Queiroz?
O Homem: Exatamente.
O Carteiro: Então está correto.
( O Carteiro lhe entrega todas as cartas, despede-se, e ele começa a lê-las espantado, sentado no chão).
O Homem (depois de ler três ou quatro cartas e de olhar para o remetente de várias outras: São cartas de parentes e amigos que já morreram. Eles dizem que existe vida após a morte. Mas por que será que resolveram me escrever justo hoje?
(O Homem aos poucos vai perdendo a expressão, a luz no olhar, transforma-se em uma estátua, ficando totalmente imóvel enquanto a luz se apaga).
O Carteiro (carregando um carrinho cheio de cartas): Estas cartas são para o senhor.
O Homem: Não é possível. Eu não recebo cartas há mais de dez anos. Só recebo contas de luz, telefone e água. Deve ser algum engano.
O Carteiro: O seu nome não é Aurélio Nicanor de Sousa Queiroz?
O Homem: Exatamente.
O Carteiro: Então está correto.
( O Carteiro lhe entrega todas as cartas, despede-se, e ele começa a lê-las espantado, sentado no chão).
O Homem (depois de ler três ou quatro cartas e de olhar para o remetente de várias outras: São cartas de parentes e amigos que já morreram. Eles dizem que existe vida após a morte. Mas por que será que resolveram me escrever justo hoje?
(O Homem aos poucos vai perdendo a expressão, a luz no olhar, transforma-se em uma estátua, ficando totalmente imóvel enquanto a luz se apaga).
quinta-feira, 25 de junho de 2009
O ESTRESSADO E O PEGAJOSO
(Dois homens: o Estressado e O pegajoso encontram-se na rua, em uma esquina de alguma cidade do planeta. O Pegajoso já vai pegando no ombro do estressado).
O Pegajoso: Quanto tempo, amigo! (Pega mais nele) Você sumiu.
O Estressado: Assim fosse quanto tempo. Eu não tenho tempo. Um segundo para mim vale ouro. (O estressado ensaia um passo para ir embora).
O Pegajoso: Calma! (Pega no estressado pelo braço).
O Estressado: Não me fala calma que eu fico mais nervoso ainda.
O Pegajoso: Você continua estressado.
O Estressado: E você continua pegajoso.
O Pegajoso: Eu tenho tanto prazer em vê-lo. (abraça o Estressado, que tenta escapar).
O Estressado: Me solta. Estou atrasado.
O Pegajoso: Como sempre. (sem soltá-lo)
O Estressado (escapando): Até nunca mais.
O Pegajoso (tentando alcançá-lo): Você não sabe o que é afeto.
(O Estressado sai correndo enquanto o Pegajoso fica olhando para ele tentando entender o que está acontecendo).
O Pegajoso: Quanto tempo, amigo! (Pega mais nele) Você sumiu.
O Estressado: Assim fosse quanto tempo. Eu não tenho tempo. Um segundo para mim vale ouro. (O estressado ensaia um passo para ir embora).
O Pegajoso: Calma! (Pega no estressado pelo braço).
O Estressado: Não me fala calma que eu fico mais nervoso ainda.
O Pegajoso: Você continua estressado.
O Estressado: E você continua pegajoso.
O Pegajoso: Eu tenho tanto prazer em vê-lo. (abraça o Estressado, que tenta escapar).
O Estressado: Me solta. Estou atrasado.
O Pegajoso: Como sempre. (sem soltá-lo)
O Estressado (escapando): Até nunca mais.
O Pegajoso (tentando alcançá-lo): Você não sabe o que é afeto.
(O Estressado sai correndo enquanto o Pegajoso fica olhando para ele tentando entender o que está acontecendo).
quarta-feira, 24 de junho de 2009
OS CONGESTIONADOS
(Cerca de vinte pessoas estão no centro do palco unidas como se estivessem coladas por uma cola invisível. As falas aparecem de forma simultânea e desordenada).
-O sinal está aberto.
-Não consigo me mover.
-Tenho compromisso.
-Não saio do lugar.
-Sai da minha frente.
-Sai da minha frente.
-Abra um espaço pela direita.
-Pela esquerda.
-Passa por cima.
-Passa por cima.
-Passa por cima.
(Essas falas são repetidas sem parar por todos os personagens, cada vez mais gritadas e de forma mais rápida).
(A massa começa a se mover de forma caótica, do centro do palco para os lados, e dos lados para o centro do palco. De repente, ouve-se o barulho de uma imensa colisão. Surge uma luz forte, parecendo farol de carro. Em seguida, todas as luzes se apagam).
-O sinal está aberto.
-Não consigo me mover.
-Tenho compromisso.
-Não saio do lugar.
-Sai da minha frente.
-Sai da minha frente.
-Abra um espaço pela direita.
-Pela esquerda.
-Passa por cima.
-Passa por cima.
-Passa por cima.
(Essas falas são repetidas sem parar por todos os personagens, cada vez mais gritadas e de forma mais rápida).
(A massa começa a se mover de forma caótica, do centro do palco para os lados, e dos lados para o centro do palco. De repente, ouve-se o barulho de uma imensa colisão. Surge uma luz forte, parecendo farol de carro. Em seguida, todas as luzes se apagam).
terça-feira, 23 de junho de 2009
OS RATOS
(Dois ratos de esgoto conversam)
Primeiro rato: Você, rato líder do nosso esgoto, já pensou em entrar para a política?
Segundo rato: Eu sou rato, mas não sou corrupto. Eu tenho nojo desse ambiente, não quero me contaminar.
Primeiro Rato: Deve ser uma vida boa.
Segundo rato: Eu sou rato de princípios e de natureza, não de safadeza. E você está com um papo muito estranho. Se você se vender para entrar na política, eu expulso você deste esgoto. Aqui só vive rato decente.
Primeiro rato: Eu sei, Ratolino chefe. Perguntei por perguntar. Quem sabe você não punha ordem neste país?
Segundo rato: Nós somos muito inocentes perto dessas feras humanas. Somos só ratos.
Para chegarmos a humanos, teríamos que entrar na escola do crime. E nos daríamos muito mal porque não temos jeito para isso.
Primeiro rato: Falô, chefe. O senhor é quem manda.
(E continuaram no esgoto, um olhando para o outro, sem dizer mais nada).
Primeiro rato: Você, rato líder do nosso esgoto, já pensou em entrar para a política?
Segundo rato: Eu sou rato, mas não sou corrupto. Eu tenho nojo desse ambiente, não quero me contaminar.
Primeiro Rato: Deve ser uma vida boa.
Segundo rato: Eu sou rato de princípios e de natureza, não de safadeza. E você está com um papo muito estranho. Se você se vender para entrar na política, eu expulso você deste esgoto. Aqui só vive rato decente.
Primeiro rato: Eu sei, Ratolino chefe. Perguntei por perguntar. Quem sabe você não punha ordem neste país?
Segundo rato: Nós somos muito inocentes perto dessas feras humanas. Somos só ratos.
Para chegarmos a humanos, teríamos que entrar na escola do crime. E nos daríamos muito mal porque não temos jeito para isso.
Primeiro rato: Falô, chefe. O senhor é quem manda.
(E continuaram no esgoto, um olhando para o outro, sem dizer mais nada).
OS SEDENTÁRIOS
(Dois homens sentados em um banco de jardim observam um homem com porte atlético que passa correndo).
Primeiro homem: Eu preciso deixar de ser sedentário.
Segundo homem: Eu já desisti.
(O atleta passa de novo).
Primeiro homem: Você viu como ele é saudável?
Segundo homem: Correr cansa.
Primeiro homem: Olhe!
(O atleta passa de novo, em sua terceira volta, ofegante e mancando).
Segundo homem: Acho que ele precisa de ajuda.
Primeiro homem: Ele não está bem.
( O atleta aparece mais uma vez, agora caindo, praticamente sem vida).
Segundo homem: Você está precisando de alguma coisa? (Pergunta ao atleta sem sair do lugar).
Primeiro homem: Você não viu que ele está morto, seu cretino?
(A peça termina com o homem caído, imóvel, enquanto os dois homens olham para ele com cara de imbecis).
Primeiro homem: Eu preciso deixar de ser sedentário.
Segundo homem: Eu já desisti.
(O atleta passa de novo).
Primeiro homem: Você viu como ele é saudável?
Segundo homem: Correr cansa.
Primeiro homem: Olhe!
(O atleta passa de novo, em sua terceira volta, ofegante e mancando).
Segundo homem: Acho que ele precisa de ajuda.
Primeiro homem: Ele não está bem.
( O atleta aparece mais uma vez, agora caindo, praticamente sem vida).
Segundo homem: Você está precisando de alguma coisa? (Pergunta ao atleta sem sair do lugar).
Primeiro homem: Você não viu que ele está morto, seu cretino?
(A peça termina com o homem caído, imóvel, enquanto os dois homens olham para ele com cara de imbecis).
OS SECRETOS
(Dois homens, em uma sala quase totalmente escura, parecendo uma caverna, conversam com o maior cuidado, evitando que alguém os ouça).
Senador 1: Fala baixo, senador.
Senador 2: Mais baixo é impossível, excelência.
Senador 1: Não aguento ler mais nos jornais essas denúncias sem fundamento.
Senador 2: Nem eu, excelência. Só porque coloquei o meu cachorrinho de estimação como meu assessor para assuntos caninos, estão querendo me pegar. Existe alguém melhor do que o Toby para dominar esse assunto?
Senador 1: O senhor tem razão, o Toby é muito inteligente. O seu poodle tem um QI mais alto do que a maioria dos nossos colegas de Casa.
Senador 2: Fala baixo, excelência.
Senador 1: E eu? Só porque coloquei o meu jardineiro como assessor dos vasos do meu gabinete, estão querendo me atingir.
Senador 2: É um absurdo, excelência.
(Ouve-se um barulho, os dois senadores escondem-se e agacham-se atrás dos móveis)
Senador 1: Senador , deve estar chegando alguém.
Senador: Não, excelência, só pode ser um rato.
Senador: Tem razão, senador, só pode ser um rato.
(Eles se levantam e saem pé ante pé do esconderijo, evitando fazer barulho).
Senador 1: Fala baixo, senador.
Senador 2: Mais baixo é impossível, excelência.
Senador 1: Não aguento ler mais nos jornais essas denúncias sem fundamento.
Senador 2: Nem eu, excelência. Só porque coloquei o meu cachorrinho de estimação como meu assessor para assuntos caninos, estão querendo me pegar. Existe alguém melhor do que o Toby para dominar esse assunto?
Senador 1: O senhor tem razão, o Toby é muito inteligente. O seu poodle tem um QI mais alto do que a maioria dos nossos colegas de Casa.
Senador 2: Fala baixo, excelência.
Senador 1: E eu? Só porque coloquei o meu jardineiro como assessor dos vasos do meu gabinete, estão querendo me atingir.
Senador 2: É um absurdo, excelência.
(Ouve-se um barulho, os dois senadores escondem-se e agacham-se atrás dos móveis)
Senador 1: Senador , deve estar chegando alguém.
Senador: Não, excelência, só pode ser um rato.
Senador: Tem razão, senador, só pode ser um rato.
(Eles se levantam e saem pé ante pé do esconderijo, evitando fazer barulho).
O ALARME
(No centro da cena, em um espaço completamente vazio, um alarme soa sem parar. Aparece um homem com os ouvidos tampados e um megafone. Ele fala por alguns minutos , mas ninguém escuta. Depois de cinco minutos, cessa o som do alarme. O homem fala, agora sem megafone):
-Finalmente, silêncio. Quem ligou esse alarme? Só pode ser um maluco.
(O alarme volta a tocar. O homem pega o megafone, fala sem parar, tampa os ouvidos, fica nervoso, dá um grito desesperado, corre de um lado para o outro. O alarme para de soar). O homem fala:
-Quantos alarmes deverão estar soando agora nesta cidade? Quantas casas estarão sendo roubadas enquanto os alarmes soam, atraindo os ladrões, que adoram esse som que abafa os gritos das vítimas. Os otorrinolaringologistas também amam os alarmes porque o número de surdos aumentou consideravelmente por causa deles.
(O alarme volta a tocar. Um ladrão aparece, rouba o megafone, a carteira e o tapa-ouvidos do homem. Ele deita-se no chão, encolhido, em posição fetal. O alarme não para de soar. O ladrão vai embora tranquilo. Nenhum policial aparece).
-Finalmente, silêncio. Quem ligou esse alarme? Só pode ser um maluco.
(O alarme volta a tocar. O homem pega o megafone, fala sem parar, tampa os ouvidos, fica nervoso, dá um grito desesperado, corre de um lado para o outro. O alarme para de soar). O homem fala:
-Quantos alarmes deverão estar soando agora nesta cidade? Quantas casas estarão sendo roubadas enquanto os alarmes soam, atraindo os ladrões, que adoram esse som que abafa os gritos das vítimas. Os otorrinolaringologistas também amam os alarmes porque o número de surdos aumentou consideravelmente por causa deles.
(O alarme volta a tocar. Um ladrão aparece, rouba o megafone, a carteira e o tapa-ouvidos do homem. Ele deita-se no chão, encolhido, em posição fetal. O alarme não para de soar. O ladrão vai embora tranquilo. Nenhum policial aparece).
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