terça-feira, 23 de junho de 2009

O ALARME

(No centro da cena, em um espaço completamente vazio, um alarme soa sem parar. Aparece um homem com os ouvidos tampados e um megafone. Ele fala por alguns minutos , mas ninguém escuta. Depois de cinco minutos, cessa o som do alarme. O homem fala, agora sem megafone):

-Finalmente, silêncio. Quem ligou esse alarme? Só pode ser um maluco.

(O alarme volta a tocar. O homem pega o megafone, fala sem parar, tampa os ouvidos, fica nervoso, dá um grito desesperado, corre de um lado para o outro. O alarme para de soar). O homem fala:

-Quantos alarmes deverão estar soando agora nesta cidade? Quantas casas estarão sendo roubadas enquanto os alarmes soam, atraindo os ladrões, que adoram esse som que abafa os gritos das vítimas. Os otorrinolaringologistas também amam os alarmes porque o número de surdos aumentou consideravelmente por causa deles.

(O alarme volta a tocar. Um ladrão aparece, rouba o megafone, a carteira e o tapa-ouvidos do homem. Ele deita-se no chão, encolhido, em posição fetal. O alarme não para de soar. O ladrão vai embora tranquilo. Nenhum policial aparece).

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